Tecnovia Açores lidera construção do maior investimento marítimo-portuário dos Açores: Novo Porto das Lajes das Flores

A Tecnovia Açores lidera consórcio responsável pela construção do Novo Porto das Lajes das Flores, uma infraestrutura que representa o maior investimento marítimo-portuário alguma vez executado na Região Autónoma dos Açores.

Consignada a 17 de abril de 2025, pelo valor de 194,8 milhões de euros (acrescido de IVA) e prazo de conclusão de 60 meses, a construção do Novo Porto das Lajes das Flores constitui um investimento estratégico na resiliência e modernização portuária da ilha das Flores. Um investimento que responde às necessidades críticas da ilha das Flores, especialmente após os danos causados por eventos meteorológicos extremos como o furacão Lorenzo (2019) e a depressão Efrain (2022).

Consórcio estratégico para infraestrutura de futuro

A empreitada, promovida pela Portos dos Açores S.A., será executada pelo consórcio liderado pela Tecnovia Açores, com 35,5% da participação, Etermar (34,5%), Teixeira Duarte (20%) e Marques S.A. (10%). O projeto técnico foi desenvolvido pelo Consórcio projetista Morim de Oliveira – Eng.º Civil e MSW – Estudos e Projetos de Obras Marítimas, Lda.

A cerimónia de lançamento da primeira pedra, realizada a 19 de maio de 2025, marcou simbolicamente o arranque oficial desta importante infraestrutura para a região. A cerimónia presidida pela Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Dra. Berta Cabral, contou com a presença da Presidente do Conselho de Administração da Porto Açores, S.A., Dra. Sancha Costa Santos, diversas entidades locais e regionais, bem como com representantes do Consórcio, incluindo a Administração da Tecnovia Açores, Eng.º Luis Gonzaga, Eng.º Francisco Morais e Eng.º João Guilherme Canas da Costa, presidente do Conselho de Administração.

 

Infraestrutura moderna e resiliente

O Novo Porto das Lajes das Flores contempla duas grandes áreas de intervenção:

Obras Marítimas

  • Dragagem, escavação, demolição e remoção dos blocos de betão do antigo molhe e da proteção de emergência à Ponte-Cais, no âmbito dos danos causados pela depressão Efrain;
  • Construção de um novo molhe-cais com 540 m de comprimento, incluindo 145 m de reforço do muro-cortina existente e um cais a -9,00 m (ZH), com 170 m de frente acostável e plataforma de 40 m de largura;
  • Reabilitação da retenção marginal entre o cais atual (-5,00 m ZH) e o novo cais (-9,00 m ZH);
  • Reconfiguração e ordenamento dos setores Norte e Sul do Porto;
  • Melhoria das condições de manobra, com nivelamentos batimétricos e novos dispositivos de assinalamento marítimo;
  • Estabilização da falésia junto à estrada de acesso com muro de suporte de 170 m, ligado ao muro-cortina do novo molhe.

Obras Terrestres

Os trabalhos terrestres incluem a pavimentação do terrapleno, implementação de novas redes técnicas – abastecimento de água, energia elétrica, iluminação pública, CCTV e combustíveis, bem como a construção de edifícios de apoio, destacando-se um novo terminal marítimo de passageiros.

 

Números chave do projeto

A escala do projeto reflete-se nos seguintes números chave:

  • 8.222 blocos antifer – 4.210 unidades de 56,8t e 3.395 unidades de 62t, complementados por 617 meios-blocos, totalizando cerca de 166.200 m³ de betão de elevada massa volúmica (2,7 e 2,97 t/m3)
  • 12 caixotões com dimensões de 15x11x11,75 metros, representando 6.700 m³ de betão e 4.800 m³ de betão para enchimento das células
  • 1.215 toneladas de aço para armaduras
  • 180.530 m³ de dragagens incluindo rocha

 

Desafios de engenharia de grande escala

A complexidade técnica e logística do projeto apresenta desafios únicos, nomeadamente:

Desafio Logístico: Considerando a manutenção da operacionalidade parcial do porto comercial existente e a inexistência local de matérias-primas, designadamente de agregados de elevada massa volúmica, será necessário importar via marítima a maioria dos materiais e elementos pré-fabricados, incluindo os caixotões e blocos antifer de elevada densidade que serão produzidos pela Tecnovia S.A. e Teixeira Duarte no Centro de Pré-fabricação de Leixões.

Desafio Climatérico: O grande volume de atividades a desenvolver no molhe de proteção está muito exposto à agitação marítima, nomeadamente entre os quadrantes Noroeste e Sul, o que constitui um grande desafio à realização dos trabalhos.

Compromisso com o desenvolvimento regional

A Tecnovia, parceira do desenvolvimento dos Açores desde 1976, reafirma com este projeto o seu compromisso histórico com a região. Para além das obras estruturantes, realizadas ao longo de quase cinco décadas,  congratulamo-nos por liderar esta que é considerada a maior obra marítimo-portuária alguma vez executada no arquipélago, reforçando o nosso contributo para com o presente e futuro dos Açores.

 

25.06.2025